MAMÃE FALEI

Fim de carreira? Alesp abre processo que pode cassar Arthur do Val

Mamãe Falei teve áudios vazados em que desrespeita mulheres ucranianas e diz que "são fáceis porque são pobres"

Créditos: Alesp
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O Conselho de Ética da Assembleia legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça-feira (18) a abertura do processo que pode resultar na cassação de mandato do deputado estadual Arthur do Val (sem partido). 

O deputado, que também é conhecido como Mamãe Falei, apresentou nesta quinta-feira (17) a sua defesa, mas, os membros do colegiado, por unanimidade, decidiram pela admissão da abertura do processo. 

Foram enviadas ao Conselho de Ética 21 representações que pedem a cassação do mandato de Arthur do Val, todavia, a penalidade máxima depende do parecer do relator, que ainda não foi indicado. 

A presidenta do Conselho Maria Lúcia Amary (PSDB), deve nomear o deputado Delegado Olim (PP), mas isso ainda não é certo, visto que parlamentares mulheres protestaram contra a possibilidade de Odim ser indicado à relatoria. 

"São fáceis, porque são pobres"

Um áudio repugnante do deputado estadual Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", repleto de machismo, foi vazado nesta sexta-feira (4), O áudio teria sido encaminhado a membros do Movimento Brasil Livre (MBL) e, nele, o parlamentar que está na Ucrânia afirma que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres". 

"Elas olham. Vou te dizer, elas são fáceis porque elas são pobres. Aqui, cara, minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Funciona demais. Depois eu conto a história. Nossa velho! Não peguei ninguém, mas colei em duas minas, que a gente não tinha tempo", diz um trecho do áudio. 

Mamãe Falei e o coordenador do MBL, Renan Santos, foram à Ucrânia para "cobrir" a guerra. Na quinta-feira (3), ambos postaram fotos, orgulhosos, preparando coquetéis molotov para serem atirados nas tropas russas. 

No áudio atribuído ao parlamentar ainda é feita uma comparação entre as filas de refugiadas ucranianas, que só teriam "deusas", e as filas de baladas em São Paulo. 

"Você tem que ir para as cidades normais, porque você pega as minas assim, não na balada, na praia. Você pega ela no mercado. Você pega ela na padaria. Que nem a recepcionista do hotel que deu em cima de mim aqui (...) E eu nem peguei ninguém aqui. Só a sensação de que eu poderia fazer, enfim, já sabem. Já estou comprando minha passagem pro Leste Europeu no ano que vem. Assim que eu chegar em São Paulo”, diz ainda, sugerindo turismo sexual.