GOVERNO BOLSONARO

Juízes do trabalho repudiam "relativização das violências" praticadas por Bolsonaro

Em documento político, associação de magistrados do trabalho atacam escalada de ódio que atingiu ministros do STF "com inimaginável grau de hostilidade por parte de segmentos políticos que desrespeitam instituições"

Carta de Ipojuca, da Associação dos Magistrados do Trabalho.Créditos: Divulgação/ Alessandro Dias e Erica França
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Em documento político aprovado neste sábado (30), a Associação Nacional de Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) repudiou os ataques à democracia e ao Judiciário praticados por Jair Bolsonaro (PL) e sua horda de apoiadores.

Na Carta de Ipoujuca, referente ao nome da cidade pernambucana onde foi realizado o 20º Congresso Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Conamat), os juízes repudiam a violência de "violências físicas e simbólicas praticadas contra jornalistas, magistradas e magistrados, inclusive pelo Presidente da República".

"[Magistradas e magistrados do Trabalho] repudiam qualquer minimização e relativização das violências físicas e simbólicas praticadas contra jornalistas, magistradas e magistrados, inclusive pelo Presidente da República, que na escalada dos últimos meses atingiu até mesmo Ministros do Supremo Tribunal Federal, com inimaginável grau de hostilidade por parte de segmentos políticos que desrespeitam instituições públicas e da sociedade civil, em claro desrespeito às decisões judiciais e ao dever histórico e civilizatório de fiscalizar os que temporariamente atacam poderes constituídos e eleitos pelos mecanismos do processo democrático", diz o item 4 do documento.

No texto, os magistrados ainda pedem que sejam retomadas as políticas afirmativas para "a inserção de cidadãs e cidadãos negras e negros, dos povos originários, idosas e idosos, pessoas com deficiência, mulheres, LGBTQIAP+ e demais pessoas sujeitas a formas de discriminação e, também, que estimulem a paridade de gênero em todos os espaços de formação, gestão e representação institucional dos Tribunais".

Leia a carta na íntegra