ASSÉDIO NA CAIXA

Folha dá espaço a Pedro Guimarães, que ironiza: "eu era um abusador-serial-randômico?"

Em artigo, Guimarães ainda compara as denúncias de assédio sexual à acusação feita por Moro que deixou o governo após acusar Bolsonaro de interferência na Polícia Federal.

Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro.Créditos: Isac Nóbrega/PR
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Em artigo na coluna opinião da Folha de S.Paulo nesta terça-feira (5), Pedro Guimarães, que se demitiu da Presidência da Caixa Econômica Federal (CEF) após uma série de denúncias de assédios sexual e moral relatadas ao Ministério Público Federal (MPF), ironizou as acusações sobre os supostos casos de violência sexual.

"Eu solicitarei à presidência da Caixa que me forneça todas as imagens, de todas as câmeras, da presidência, dos corredores, elevadores, garagens. Esse acervo todo eu quero ver exposto! E quero ver se há em todas essas horas um segundo sequer de comportamento impróprio, um ato atentatório contra uma única mulher. Se não houver, o que dizer? Que eu era um abusador-serial-randômico? Que justamente nas horas e horas de gravações disponíveis, e feitas antes de eu sequer saber que poderia ser vítima de um asqueroso estratagema, eu mantinha um comportamento exemplar fictício?", indagou, ironizando as denúncias.

No texto, Guimarães ainda compara as denúncias de assédio sexual à acusação feita pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que deixou a pasta após acusar Jair Bolsonaro (PL) de interferência na Polícia Federal (PF).

"Estive na famosa reunião ministerial em que foi dito o que nunca se disse sobre controlar a Polícia Federal. Felizmente, havia a íntegra da reunião gravada. Assim como naquele caso, nos dias que passaram houve vazamento seletivo de frases minhas em reuniões na Caixa. Pediria que a íntegra das conversas fosse publicamente exposta. Vazem tudo! Que a verdade venha à tona, em sua inteireza", escreve Guimarães, abusando das exclamações no texto.

Sobre as denúncias de assédio moral - como o chilique que deu quando teve os jetons que reduziram seus ganhos mensais, que ultrapassavam R$ 200 mil -, Guimarães diz "não sou perfeito" e usa a velha estratégia de culpar as gestões anteriores.

"Quando cheguei, a empresa estava nas manchetes policiais. Era necessário um choque de postura. Posso ter errado algumas vezes? Sim. Mas nunca haverá áudios meus promovendo a corrupção que antes corroía a Caixa e que estancamos. E não se faz isso rezando o pai-nosso. Às vezes é preciso motivar, às vezes é preciso demonstrar firmeza".