Uma das mais ferrenhas aliadas de Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha e nos primeiros meses, a ex-deputada Joice Hasselmann confirmou que a chamada "Abin paralela" foi proposta por Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que teria colocado "seus cachorros" para ameaçá-la de morte e de estupro após rompimento com o clã.
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"O Carlos Bolsonaro é um psicopata capaz de qualquer coisa", afirmou a ex-deputada em entrevista ao ICL.
Joice rompeu com Bolsonaro no final do primeiro ano do mandato, em outubro 2019, quando era líder do governo no Congresso e tinha trânsito fácil no Palácio do Planalto.
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À época, a então deputada se rebelou com uma tentativa do clã de derrubar Delegado Waldir da liderança na Câmara e alçar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao posto, em um racha no PSL, partido que se fundiu com o DEM na criação do União Brasil.
Como represália, Bolsonaro derrubou Joice e entregou a liderança do governo no Congresso a Eduardo Gomes.
A partir de então, a ex-parlamentar virou alvo dos ataques do chamado Gabinete do Ódio e, segundo ela, recebeu ameaças de morte e de estupro por radicais ligados ao filho "02" de Bolsonaro.
"[Carlos] botou os cachorros dele para me ameaçar. Ameaçar de morte, de estupro", disse.
Joice ainda confirmou a versão de Gusttavo Bebiano, ex-ministro de Bolsonaro, que em entrevista ao Roda Viva 11 dias antes de morrer disse que partiu de Carlos a ideia de se criar uma Abin paralela.
"A ideia de montar a Abin paralela foi do Carlos. E obviamente o Bolsonaro amou, adorou, pois ele sempre quis controlar todos os órgãos de segurança e assim o fez enquanto presidente da República. O Ramagem era muito próximo ao Carlos, que tinha esse controle do gabinete do ódio, logo tinha uma comunicação diretamente com Ramagem para receber os dossiês para atacar adversários e grampos telefônicos", afirmou a ex-deputada.
Na última segunda-feira (25), Joice comemorou a ação da PF contra o clã Bolsonaro com vídeo nas redes em que toma champanhe.