Alexandre de Moraes empareda Weintraub e dá 5 dias para que ministro se explique à PF

No fatídico vídeo da reunião ministerial, Abraham Weintraub chamou ministros de STF de "vagabundos" e disse que os colocaria na cadeia; para Moraes, atitude do ministro é "gravíssima"

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira (26) que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se explique em até cinco dias à Polícia Federal sobre os ataques feitos à Corte.

No fatídico vídeo da reunião ministerial de abril divulgado na última semana, Weintraub chama os ministros do STF de "vagabundos" e diz que os colocaria na cadeia.

"Diante do exposto, DETERMINO que Abraham Weintraub, atualmente exercendo o cargo de Ministro da Educação, seja ouvido pela Polícia Federal, no prazo máximo de 5 (cinco) dias para prestar esclarecimentos sobre a manifestação acima destacada", escreveu o magistrado do STF no despacho que faz parte do inquérito que apura ofensas e fake news disseminadas contra membros da Corte.

De acordo com Moraes, a atitude do ministro da Educação, "revela-se gravíssima, pois, não só atinge a honorabilidade e constituiu ameaça ilegal à segurança dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, como também reveste-se de claro intuito de lesar a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado de Direito”.

No último sábado (23), outro ministro do STF, Marco Aurélio Mello, afirmou ficou “perplexo” com o vídeo da reunião ministerial e pediu a saída de Weintraub.

“Tudo lamentável. Ante a falta de urbanidade, fiquei perplexo. O povo não quer circo. Quer saúde, emprego e educação”, disse Marco Aurélio ao jornal O Estado de S. Paulo. “Fosse o presidente (da República), teria um gesto de temperança. Instaria o Ministro da Educação a pedir o boné. Quem sabe?”, completou.