Bolsonaro volta a falar em facilidade para impor ditadura: "Forças Armadas na minha mão"

Declaração acontece logo após o presidente chamar o ministro Luís Roberto Barroso de "filho da puta"

Foto: Isac Nóbrega/PR
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer nesta sexta-feira (6) que seria fácil impor uma ditadura no Brasil. A declaração foi dada em meio a escalada de tensões do Planalto com o Poder Judiciário em razão dos ataques do mandatário à Justiça Eleitoral.

“A gente vê em municípios, guardas desarmados, mantendo todo mundo dentro de casa. Como é fácil impor uma ditadura no Brasil”, disse Bolsonaro em evento em Santa Catarina. "Imagina eu, com as Forças Armadas na mão?", completou, assista abaixo.

Apesar de soar como nova ameaça, essa não é a primeira vez que o presidente dá essa declaração. Em março, logo após o ex-presidente Lula se tornar elegível novamente e fazer discurso histórico em São Bernardo do Campo, o mandatário lançou a mesma frase: "é fácil impor uma ditadura no Brasil”.

https://twitter.com/em_com/status/1423724052502417408

Ataques e reações dos tribunais

Pouco antes do evento desta sexta, Bolsonaro chamou o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, de "filho da puta", assista aqui.

O presidente tem "esticado a corda" contra o STF nas últimas semanas em sua campanha golpista contra o sistema eleitoral. Bolsonaro vem fazendo insinuações contra a apuração e disparando ataques contra Barroso e Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.

Inquéritos contra Bolsonaro

Na semana passada, Bolsonaro promoveu uma live contra as urnas eletrônicas sem apresentar prova alguma com o único objetivo de espalhar boatos e difamar a Justiça Eleitoral. Os ministros do TSE, por unanimidade, então, decidiram acionar o STF para incluir a live no inquérito das fake news, relatado por Moraes - que atendeu ao pedido na quarta

Por conta disso, Bolsonaro passou a ser investigado no âmbito criminal pela Corte e, após a conclusão da apuração, o pode então se tornar inelegível.

Além de acionar o STF, o TSE decidiu ainda que vai abrir uma investigação própria contra o presidente por conta da live contra as urnas.

O plenário do TSE atendeu a um pedido do corregedor-geral do TSE, Luis Felipe Salomão, e determinou a abertura de um inquérito administrativo para “apurar fatos que possam configurar abuso do poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação, corrupção, fraude, condutas vedadas a agentes públicos, propaganda extemporânea, relativamente aos ataques ao sistema eletrônico de votação e à legitimidade das Eleições de 2022”.

O presidente do STF, ministro Luiz Fux, também reagiu e subiu o tom contra o presidente. Na quinta, o magistrado anunciou o cancelamento de reunião que aconteceria entre os chefes dos Três Poderes brasileiros (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Com informações do Estado de Minas