"Providências serão tomadas", diz Aras sobre relatório da CPI do Genocídio

Em entrevista, procurador-geral da República negou que irá se omitir ao indiciamento de Bolsonaro e falou que tem tido conversas sobre vaga no STF

Augusto Aras deve se explicar no Senado - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, prometeu fazer algo em relação ao relatório final da CPI do Genocídio que deve indiciar o presidente Jair Bolsonaro por 11 crimes. "Serão tomadas todas as providências", afirmou o PGR ao programa Canal Livre da Band neste domingo (17).

Aras foi questionado sobre a desconfiança de a denúncia ser engavetada. "O problema é saber se estaremos omissos. Quem me conhece pode dizer que posso pecar por ação, não por omissão", disse. O procurador falou ainda que foi criado um grupo no Ministério Público para acompanhar a evolução da pandemia do ponto de vista jurídico, com a atuação de 150 promotores e procuradores. O trabalho produzido pelo grupo foi entregue à CPI.

Relatório final da CPI

CPI do Genocídio decidiu a adiar a leitura e a votação do relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O texto seria apresentado oficialmente na terça-feira (19) e votado no dia seguinte.

O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, sugeriu o adiamento em reunião realizada pelo chamado “G7”, grupo de senadores de oposição e independentes, neste domingo (17). “Tem muita divergência ainda, precisamos discutir. Em relação a indiciamento, tipificação de crime. A ideia é uma semana de vista”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE), titular da CPI, à Folha.

Aras no STF?

Na entrevista ao Canal Livre, Aras também foi questionado sobre uma possível candidatura a ministro do Supremo Tribunal Federal, no lugar de André Mendonça, indicado por Bolsonaro à vaga de Marco Aurélio Mello, que se aposentou. Ele negou que seja candidato, mas confirmou que faz conversas e articulações.

"Eu admito que a conversa sempre ocorra, inclusive nos encontros fortuitos ou não, nos jantares ou encontros em um corredor, em uma seção. Todavia, eu não me candidatei a ministro do Supremo. Estou em um cargo de procurador da República(...) se em algum momento da minha vida eu for distinguido pelo presidente da República com a indicação, será uma grande honra", disse Aras, acrescentando: "O convite não houve até esse momento".