BOATE KISS

Justiça do RS anula julgamento do caso Boate Kiss e acusados serão soltos

Os quatro réus devem responder em liberdade a novo julgamento; incêndio deixou 242 mortos em 2013

Boate que sofreu incêndio no município de Santa Maria – RS. Leandro LV / Wikimedia CommonsCréditos: Leandro LV / Wikimedia Commons
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Na tarde desta quarta-feira (3) o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) anulou, por dois votos a um, o julgamento que condenou os réus do caso da Boate Kiss. Após a decisão, os quatro acusados serão soltos e devem responder a novo julgamento em liberdade.

O julgamento dos recursos de apelação da defesa foi presidida pelo Desembargador Manuel José Martinez Lucas que foi contrário à anulação da sentença. Já os desembargadores José Conrado Kurtz de Sousa e Jayme Waingartner Neto, também presentes, reconheceram nulidades no processo e, portanto, votaram pela anulação do júri. Ainda cabe recurso por parte das vítimas.

Elissandro Sphor, dono da boate e conhecido como Kiko; Mauro Hoffmann, sócio de Elissandro; Marcelo de Jesus, vocalista que se apresentava naquela noite; e Luciano Bonilha Leão, assistente da banda, tinham sido condenados por homicídio em 10 de dezembro do ano passado, após o processo se desenrolar por 9 anos. Na ocasião foram considerados responsáveis pelo incêndio ocorrido na Boate Kiss em janeiro de 2013, na cidade de Santa Maria, RS, que deixou 242 vítimas fatais e cerca de 600 feridos.

"A decisão finalmente nos deu essa paz, esse alívio que tanto buscamos. Podemos agora nos dedicar ao luto e ao descanso que merecemos", declarou Paulo Carvalho à época da condenação. Carvalho é diretor jurídico da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria e pai de Rafael Paulo Nunes de Carvalho, jovem que tinha 32 anos quando morreu no incêndio.