Abandonada pela família, avó de Michelle Bolsonaro já teve prisão por tráfico de drogas

Maria Aparecida morreu nesta quarta-feira por Covid-19. Em uma de suas internações, deixada no corredor de um hospital, Bolsonaro comentou que “parente bom é parente longe”

Foto: Montagem/Reprodução
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Maria Aparecida Firmo Ferreira, avó da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, morta por complicações com a Covid-19, na madrugada desta quarta-feira (12), era mantida à distância por Michelle e até mesmo pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ). Ele chegou a comentar a respeito das várias polêmicas que envolveram a idosa que “parente bom é parente longe”.

De acordo com o prontuário médico, a avó da primeira-dama foi encontrada no dia 1º de agosto "por populares, na rua, caída" e levada para o HRC, com falta de ar. Antes disso, em agosto de 2019, Maria Aparecida deu entrada com fêmur fraturado no Hospital Regional de Ceilândia, onde aguardou no corredor o momento da cirurgia.

O caso gerou várias críticas ao casal presidencial nas redes, o que levou o presidente a proferir a frase sobre parente. Bolsonaro também alegou na ocasião que o SUS (Sistema Único de Saúde) deve atender a todos, sem privilégios. “O SUS é para todos. Não vai ter um SUS pessoal para o Bolsonaro, presidente. O SUS é para todo mundo”, disse. No entanto, meia hora depois da reportagem da Folha ter procurado o governador do Distrito Federal, a idosa foi transferida para uma unidade com mais estrutura, o Hospital de Base.

Na mesma época da internação, reportagem da revista Veja, revelou que a avó de Michelle foi presa em flagrante em 1997 – quando tinha 55 anos de idade – por tráfico de drogas. Maria Aparecida era conhecida nas ruas como “Tia” e, segundo a polícia, sua principal atividade era vender drogas no centro de Brasília. Ela foi presa com 169 “cabecinhas de merla”, um subproduto da cocaína, em julho daquele ano.

A mãe de Michelle, Maria das Graças Firmo Ferreira, também tem ficha corrente na polícia, investigada por falsificação ideológica. A descoberta pela polícia ocorreu em 1988, quando Michelle tinha 6 anos.

A mãe possuía dois registros civis: um verdadeiro e o outro falso, em que não constava o nome do pai e o da mãe foi alterado – de Maria Aparecida Mendes para Maria Aparecida Firmo Ferreira. O registro ainda a deixou nove anos mais nova (o ano de nascimento passou para 1968) e a altura aumentou 13 centímetros (1,73 metro).

Maria das Graças contou que perdera a carteira de identidade e a certidão de nascimento. Ao fazer um novo registro civil, decidiu excluir o nome do pai, porque ele “abandonou a família”, e, “aconselhada por duas amigas”, também alterou a data do seu nascimento — mas nada disso tinha nenhuma “intenção criminosa”.

Em 1989, o Ministério Público remeteu o inquérito para a Justiça. Maria das Graças foi indiciada por falsidade ideológica, que prevê pena de até cinco anos de prisão em regime fechado, porém, em 1994, depois de ficar mais de cinco anos parado na Vara Criminal, o processo foi arquivado.