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Censura: MBL quer cortar cachê de artista que se manifesta politicamente

O símbolo "L" feito com a mão pela cantora Ludmilla durante a Virada Cultural no último domingo (29), está sendo usado pelo movimento para sustentar a medida

Anitta e LudmillaCréditos: Reprodução / Divulgação redes sociais
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Integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) elaboraram um projeto de lei propondo a suspensão do pagamento do cachê de artistas que fizerem manifestações políticas durante apresentações pagas com verbas públicas municipais.

A proposta é de autoria do vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e do pré-candidato a deputado estadual por São Paulo Guto Zacarias.

Além da suspensão do cachê, a medida também prevê as penas de multa de até 50% sobre o valor do contrato e impedimento de licitar com o poder público por, no mínimo, um ano. O PL foi protocolado na Câmara Municipal de São Paulo e deverá ser entregue nos Legislativos de Santo André, São Bernardo do Campo, Valinhos e Sorocaba.

Em São Paulo, no último domingo (29), a cantora Ludmilla fez o símbolo "L" do próprio nome com a mão, segundo ela, durante a Virada Cultural. No entanto, o MBL resolveu usar o gesto para censurar artistas. O gesto vem sendo usado por artistas e apoiadores do ex-presidente Lula (PT) para se manifestar a favor do petista. 

O  vereador Fernando Holiday (Novo), ex-MBL, acionou a Justiça para que Ludmilla não receba seu cachê. Entretanto, a  cantora foi às redes sociais para responder ao vereador

"Ô, Fernando Holiday, deixa eu contar um segredo: meu nome também começa com a letra L!", escreveu a cantora, em seu Twitter, como resposta ao vereador. "É cada uma que parece duas, aí aí…", postou ainda. 

A legislação não proíbe manifestação política de nenhum cidadão. Contudo, a lei impede a realização de showmícios, que são eventos que fazem parte da campanha de um candidato, mas eles podem se manifestar nas redes sociais, durante entrevistas, em apresentações individuais ou em festivais como a Virada Cultural.