CHINA EM FOCO

Cidades chinesas sobem no ranking de ciência enquanto as da Europa e dos EUA caem

Pequim, capital nacional da China, é novamente a cidade número um do mundo em produção de pesquisa de alta qualidade, de acordo com o índice anual da 'Nature', enquanto Xangai ocupa o terceiro lugar

Créditos: Shutterstock - Cidades chinesas em ascensão no ranking da Nature de investimento científico
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As cidades chinesas têm crescido rapidamente em pesquisa científica de alta qualidade, enquanto as estadunidenses e europeias estão em declínio. É o que mostra um ranking global das principais cidades científicas divulgado pelo Nature Index, mantido pela revista acadêmica Nature.

A lista "Leading 200 Science Cities" foi divulgada na última quarta-feira (22) e acompanha a produção de pesquisa ao medir contribuições para artigos acadêmicos publicados em 82 dos mais influentes periódicos de ciências naturais do mundo de 2015 a 2022.

O Nature Index Science Cities 2023 destaca a importância das cidades como centros de inovação e conhecimento para beneficiar as próprias áreas metropolitanas e estender o impacto para além dos limites urbanos. As cidades científicas, com suas instituições de pesquisa avançada e comunidades acadêmicas ativas, estão na vanguarda de abordar questões críticas como as mudanças climáticas. 

Destaque das cidades chinesas

Um total de 32 cidades na China continental fez a lista de 2023, e quase todas elas subiram no ranking em comparação com suas posições na lista do ano passado, com apenas uma exceção: Taiyuan, uma cidade do interior localizada na China central.

Cinco das dez principais cidades na lista de 2023 estão na China continental, e Pequim mais uma vez se classifica como a principal cidade científica do mundo.

As cinco principais cidades da lista – Pequim, Nova Iorque, Xangai, Boston e a Área da Baía de São Francisco – permaneceram inalteradas.

No entanto, houve algumas mudanças notáveis entre as demais cidades de maior classificação. As outras 18 cidades chinesas continentais que ficaram no top 50 subiram para uma classificação mais alta em comparação com o ano passado, enquanto a maioria das principais cidades fora da China, incluindo Tóquio, Paris e Londres, caiu. A única exceção foi Seul, que subiu duas posições.

Como é feito o cálculo

O Nature Index mede duas diferentes pontuações – 'contagem' e 'participação'. Uma cidade recebe um valor de contagem de um para cada artigo com pelo menos um autor afiliado a uma instituição naquela cidade. A soma desses valores é a pontuação de contagem da cidade.

Para a pontuação de participação, cada artigo é atribuído um valor de um, que é dividido igualmente entre todos os autores. Por exemplo, para um artigo com 10 autores, cada autor recebe um valor de participação de 0,1. A pontuação de participação de cada cidade é calculado somando os valores de participação dos autores naquela cidade.

De acordo com ambos os indicadores, Pequim superou de forma esmagadora a segunda colocada Nova Iorque. A pontuação de participação da capital chinesa foi de 3.734,62 com a contagem foi de 7.841 no ranking mais recente, enquanto as cifras para Nova Iorque foram de 1.924,53 e 4.693, respectivamente.

Cidades chinesas em ascensão

Um número crescente de cidades chinesas mostrou forte impulso ascendente em comparação com o ano anterior, superando outros centros internacionais de pesquisa.

Por exemplo, a cidade oriental de Nanjing passou do oitavo para o sexto lugar, superando tanto a área de Baltimore-Washington quanto a região metropolitana de Tóquio. A metrópole sulista de Guangzhou subiu do 10º para o 8º lugar, deslocando Paris, que caiu do 9º para o 11º lugar.

A cidade de Hefei, no sudeste da China, superou tanto Los Angeles quanto Londres em seu escore de participação – o número que determina os rankings do Nature Index – subindo três posições para o 13º lugar na lista deste ano.

Quando a Nature lançou pela primeira vez o ranking global de cidades científicas em 2018, apenas 10 cidades chinesas estavam entre as top 50. Seis anos depois, esse número já dobrou.

O vice-presidente da Universidade de Tsinghua em Pequim, Zeng Rong, em entrevista à Xinhua na última quarta-feira, comentou:

Pequim e outras cidades asiáticas estão crescendo rapidamente nos campos de ciência, tecnologia e inovação. Há uma maior necessidade de elas desempenharem um papel importante na cooperação internacional nessa área.

Investimentos crescentes pelas cidades chinesas 

As principais cidades chinesas têm investido cada vez mais em ciência e tecnologia, que consideram ser uma das forças motrizes cruciais por trás do desenvolvimento urbano.

Por exemplo, o investimento financeiro de Hefei em ciência e tecnologia aumentou de 4% do gasto público geral da cidade para 14,2% na década de 2012 a 2022.

Autoridades locais informam que Hefei é a cidade chinesa mais disposta a investir em tecnologia. O número de empresas nacionais de alta tecnologia na cidade cresceu de 615 para 4.578 no mesmo período.

De acordo com os dados oficiais mais recentes, Hefei abriga 12 grandes instalações científicas, e quatro laboratórios-chave nacionais foram aprovados este ano, o que elevará o total da cidade para seis.

Hefei também é a casa da Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC, da sigla em inglês), onde cientistas como Pan Jianwei lideram pesquisa e o desenvolvimento da China em tecnologia quântica. Os laboratórios da universidade levaram ao estabelecimento de várias empresas de alta tecnologia na cidade.

Em outro ranking do Nature Index divulgado em junho, a USTC ficou em quarto lugar entre as instituições globalmente, logo atrás da Universidade de Stanford, em termos de produção de pesquisa científica de alta qualidade.

Com informações da Xinhua e SCMP

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