"Ambiente inseguro e perigoso", diz Anistia Internacional sobre denúncia contra Glenn

Segundo a organização o fato "representa uma escalada na ameaça contra a liberdade de imprensa no Brasil"

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
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A Anistia Internacional se manifestou com indignação em relação à denúncia feita pelo Ministério Público contra Glenn Greenwald, nesta terça-feira (21). Pelo Twitter, a organização classificou a ação do Ministério Público como algo "profundamente grave". Segundo a Anistia, a denúncia "representa uma escalada na ameaça contra a liberdade de imprensa no Brasil" e se soma a outros episódios de ataques ao jornalismo, como nos episódios em que Jair Bolsonaro agrediu repórteres. Leia também Denúncia contra Glenn repercute no mundo, que vê liberdade de imprensa ameaçada no Brasil "Do presidente Bolsonaro, cobramos uma mudança de postura no trato com os jornalistas e em suas falas públicas contra esses profissionais", diz o texto. "Agressões verbais podem se tornar permissivas a outros tipos de violências, e é sua obrigação constitucional garantir a segurança de todos e todas, além de respeitar a livre atuação da imprensa no Brasil", pontua a Anistia. De acordo com a organização, "é dever das autoridades garantir liberdade e segurança de atuação para os jornalistas". "No entanto, ao atacar e criminalizar esses profissionais, elas criam um ambiente inseguro e perigoso, que se opõe às condições necessárias para que os direitos humanos sejam garantidos e efetivados", completa. Leia também Dilma: “Se um jornalista é perseguido por cumprir o seu dever, a democracia está frontalmente ameaçada” A entidade destaca ainda, na nota, que a liberdade de imprensa é essencial para que sejam garantidos os direitos humanos, afirmando que é "estranho" o registro da denúncia sem que o jornalista tenha sido alvo de uma investigação.

Posição do The Intercept

Em nota publicada nesta tarde, o The Intercept considerou que o MP adotou um papel “claramente político” e denunciou uma tentativa de cerceamento de liberdade de expressão. “Nós do Intercept vemos nessa ação uma tentativa de criminalizar não somente o nosso trabalho, mas de todo o jornalismo brasileiro. Não existe democracia sem jornalismo crítico e livre. A sociedade brasileira não pode aceitar abusos de poder como esse”, disse o veículo. Confira a nota da Anistia Internacional na íntegra. https://twitter.com/anistiabrasil/status/1219681618295697410?s=20