PSL repudia declarações pró-AI-5 de Eduardo Bolsonaro, líder do partido na Câmara

"Em nosso partido, a democracia não é negociável. Fica aqui nossa manifestação de repúdio a esta tentativa de golpe ao povo brasileiro", afirmou o PSL, partido que elegeu Eduardo Bolsonaro como deputado.

Bolsonaro e Luciano Bivar (Reprodução)
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Nem mesmo o próprio PSL saiu em defesa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é líder do partido na Câmara dos Deputados. Em nota assinada pelo presidente nacional da sigla, o deputado Luciano Bivar (PSL-PE), a legenda que elegeu o presidente Jair Bolsonaro manifestou repúdio nesta quinta-feira (31) às declarações de Eduardo a favor do retorno do Ato Institucional nº 5 (AI-5). "A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável [...] Não podemos permitir que sejam abalados pilares democráticos caros, como a tolerância, a prática de aceitar o contraditório, as críticas e o trabalho importante da imprensa, que deve ser livre, sem amarras de qualquer tipo. O PSL é contra qualquer iniciativa que resulte em retirada de direitos e garantias constitucionais", diz trecho da nota. O PSL ainda comenta sobre as vítimas do período militar e os esforços travados para o restabelecimento da democracia: "O Brasil demorou anos para voltar a respirar democracia e a eleger diretamente seus representantes, a um custo altíssimo, tanto para o Estado quanto para as vítimas do regime transitório". "Em nosso partido, a democracia não é negociável. Fica aqui nossa manifestação de repúdio a esta tentativa de golpe ao povo brasileiro", finaliza Bivar, em tom duro. O dirigente comanda uma ala interna no partido contrária à posição de Eduardo Bolsonaro como líder da legenda na Câmara. Partidos da oposição afirmaram também que vão representar contra Eduardo no Conselho de Ética da Câmara e vão mover uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). Outros partidos também condenaram a declaração, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sinalizou que o filho de Bolsonaro pode ser punido.