O presidente Jair Bolsonaro garantiu que ainda pretende nomear Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal apesar da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contrária aos planos do presidente.
"Quem nomeia sou eu", afirmou o ex-capitão durante cerimônia de posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça. "Repeito o Poder Judiciário, mas nós, antes de tudo, respeitamos a nossa Constituição. O senhor Ramagem foi impedido por uma decisão monocrática", completou.
Bolsonaro afirmou que ainda pretende nomear Ramagem, que é amigo de seus filhos e passou o Réveillon junto de Carlos Bolsonaro. "Gostaria de honrá-lo dando-le posse. Tenho certeza que esse desejo brevemente se concretizará", disse.
A nomeação foi anulada pelo presidente após a decisão de Moraes. O ministrou afirmou que há “inobservância aos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público” na indicação de Ramagem. Ele diz ainda que, “em um sistema republicano, não existe poder absoluto ou ilimitado, porque seria a negativa do próprio Estado de Direito”.
O magistrado atendeu a um mandado de segurança impetrado pelo PDT que usa a declaração do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, de que Bolsonaro pretende interferir politicamente na PF para ter influência nas investigações da organização.