Lula revisa Folha sobre período em que caiu desigualdade no país

Ele marcou o período “de 2002 a 2015” e substituiu por “nos governos Lula e Dilma”; omissão na reportagem criou polêmica no final de semana

Foto: Blog do Ary (Reprodução)
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O ex-presidente Luiz Inácio da Silva entrou na polêmica gerada por reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada neste sábado (23) com o título “Desigualdade de renda no Brasil caiu de 2002 a 2015", aponta estudo inédito”.

Nesta segunda-feira (25), com um sinal de revisão e a frase: “resolvendo a polêmica do fim de semana…”, Lula deu nome aos bois.

Ele marcou o período “de 2002 a 2015” e substituiu por “nos governos Lula e Dilma”.

https://twitter.com/LulaOficial/status/1452610469194354695

A “Folha de S. Paulo” tem sido duramente criticada nas redes sociais após ignorar a participação dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff ao citar estudo elaborado pelo Insper que mostra que a diferença social no Brasil caiu de forma ininterrupta entre os anos de 2002 e 2015.

O jornal fez uma reportagem divulgando a pesquisa, mas em nenhum momento citou que este período foi, justamente, o momento em que o Brasil era governado pelo PT (Lula 2002-2010/Dilma 2010-16). Após o golpe, que tirou a presidenta Dilma Rouseff (PT) do poder, a desigualdade social voltou a crescer.

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Sobre a pesquisa

A pesquisa revela que todas as camadas da sociedade (pessoas adultas) e situadas abaixo dos 29% mais ricos tiveram crescimento de renda acima da média nacional de 3% no período estudado.

Por outro lado, o estudo também mostra uma faceta mais igualitária na forma como a riqueza foi distribuída, visto que a parcela mais rica da sociedade brasileira teve crescimento médio anual entre 2,4% e 2,9%, ou seja, inferior à média do país.

A única parcela que destoa de todo o resto, são aqueles que fazem parte do topo da pirâmide social.

A configuração apontada pelo estudo do Insper estaria por trás da queda da desigualdade brasileira medida pelo índice de Gini que vai de 0 (patamar hipotético que refletiria uma sociedade onde os recursos são igualmente distribuídos) e I (nível também conceitual, que indicaria um extremo de iniquidade).

Segundo o levantamento do Insper, o Gini do Brasil recuou de 0,583 para 0,547, entre 2002 e 2017, o que correspondeu à saída de 16 milhões de pessoas da pobreza no período analisado.

A pesquisa do Insper foi coordenada pelos professores Ricardo Paes de Barros, Laura Muller Machado e Samir Cury, e o diretor da Open Social, Samuel Franco.

O estudo será divulgado em sua íntegra na próxima segunda-feira (25).