Weintraub compara operação da PF com perseguição nazista contra judeus

O ministro da Educação é alvo do Supremo em inquérito que investiga fala contra magistrados da Corte

Abraham Weintraub (Reprodução)
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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, comparou a operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira (27) contra as milícias virtuais bolsonaristas com um episódio em que a Polícia Nazista (SS) invadiu casas e sinagogas durante a Alemanha Nazi.

"Hoje foi o dia da infâmia, VERGONHA NACIONAL, e será lembrado como a Noite dos Cristais brasileira. Profanaram nossos lares e estão nos sufocando. Sabem o que a grande imprensa oligarca/socialista dirá? SIEG HEIL!", tuitou o ministro.

"Cresci escutando como os Weintraub foram caçados e como sobreviveram ao inferno de Hitler. Escutei como a SS Totenkopft entrava nas casas das famílias inimigas do Nazismo. Nesse momento sombrio, digo apenas uma palavra aos irmãos que tiveram seus lares violados: LIBERDADE!", disse ainda.

A Noite dos Cristais é um dos mais conhecidos episódios de perseguição da Polícia Nazista contra judeus antes do Holocausto. Segundo a Confederação Israelita do Brasil, "em apenas uma noite, 91 judeus foram mortos, 30 mil foram presos e enviados a campos de concentração. Quase 8 mil lojas e comércios pertencentes a judeus e mais de 200 sinagogas na Alemanha e na Áustria foram destruídas".

Na manhã desta quarta-feira a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em cinco estados, autorizados pelo relator da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes. O magistrado classificou a quadrilha como milícia digital e afirmou que a “liberdade não se confunde com irresponsabilidade". Empresários e parlamentares bolsonaristas foram alvo.

O blogueiro Allan dos Santos, um dos alvos da operação, também taxou a atuação da PF e do STF como nazista. “O Alexandre de Moraes usa de toda a força do estado, assim como Hitler. Ele age assim como os nazistas agiram, age como os comunistas costumam agir. Nós não estamos mais vivendo em uma democracia”, disse.

Inquérito

Weintraub virou alvo do STF após chamar os ministros do STF de “vagabundos” e dizer que os colocaria na cadeia durante a reunião ministerial do gabinete de Bolsonaro de 22 de abril. Moraes deu 5 dias para o ministro responder sobre o ato.